GIRLSPT.COM - Cursores Animados

Capítulo 93 – Desculpas (P.D.V Joe Jonas)

Pode parecer que estava sendo fácil. Ou pelo menos um pouco fácil. Fazer quase um ‘voto de silencio’ foi minha única atitude. Sempre quis fazer isso, mas na verdade nunca consegui ficar totalmente calado. ¬¬’ Pra ser mais sincero, esse sempre foi o sonho compartilhado pela minha mãe e pelo Nick.
Aquela noite estava tão incrível. Demi estava incrível! Foi tudo incrível... ok, sinto-me com a capacidade mental do Incrível Huck.
Mas, não conseguia pensar em outra palavra. A voz dela é tão doce, e ao mesmo tempo tão marcante e aquilo me hipnotizou durante a música. Mas não foi só naquele momento. Foi em todos os outros em que estive com ela, sentido o perfume, ouvindo a risada e também todos os momentos de impaciência.
A única coisa que não entrava na minha mente, era toda aquela situação conturbada provocada por Taylor. Éramos primos. De segundo grau, e eu nem sei o que isso significa, tipo, não sei o que a mãe dela era da minha, mas éramos. Nick nunca escutou uma palavra que ela disse. Eu, ao contrário, tinha uma amizade sempre em conflito com ela. Adorava tirá-la do sério, como o tipo de coisa que eu faço com o Nick. Eu sempre consigo. ^^ E quando a revi não pude evitar surpresa, já que desde que nos mudamos para cá que não tinha mais visto a Tay. Sabe-se lá quanto tempo faz isso, talvez um século ou mais! É... mais ou menos essa tempo aí mesmo.
Aos meus olhos Demi estava sendo um tanto injusta. Ela sabia que eu tinha amigas, e esse fato não é fora do comum para ela não ter aceitado. Tudo bem, Taylor tornou-se impertinente em alguns momentos. Eu vi a morte em todos eles. Eu sentia o ar sufocar quando Demi me olhava enquanto Taylor estava perto, e daí eu tinha certeza de que se não fizesse algo não sobreviveria por tanto tempo. O.o
Na véspera da festa de boas-vindas da escola que estudamos, ela parecia estar se acostumando com a Tay. Isso parecia bom. Tay tinha conhecido David e tinha ido pra festa na companhia dele. Já conhecia alguns dos meus amigos e ex-amigos. Uma vez a vi falando com Lucas e sei que ele gostou de conhecê-la. Nunca o achei uma das melhores pessoas, nem das pessoas ‘mais ou menos’. Na verdade... ele era uma das piores. É. Mas, não éramos tão próximos apesar de morarmos perto. Apenas nos respeitávamos. Ele tinha a turma dele, eu a minha e... metade da dele O.o De qualquer forma, a Taylor logo poderia fazer o próprio julgamento.
Toda a suposta indiferença da Demi foi por água abaixo no fim da festa. Eu não fiquei com raiva dela. Mas decepcionado. Como ela podia não confiar em mim? E como podia suspeitar de ter olhado de outra forma pra Tay?? Eu não suportaria fazer isso. E se aparecesse alguma borboleta no meu estomago por causa dela eu sei que iria ter vontade de vomitar a borboleta ¬¬ Ok, isso é meio nojento. Então, não imagine. O que importa é que estava fora de cogitação. Mas não pude controlar a decepção de outra forma. Com outra pessoa eu teria perdido a linha. Mas eu não podia sequer aumentar o tom de voz com a minha Demi. Eu não conseguia fazer isso com ela, então só a questionei em voz baixa e daí em diante quase não nos falamos. Eu me perguntava o que tinha feito para ela não confiar em mim. E, se não confiava em mim nesse ponto, em que mais seria capaz de confiar?
Pensando numa tarde meus pensamentos começaram a vacilar até encontrar o ponto de vista dela. No fim de tudo, eu sabia que ela podia ter motivos para pensar assim, embora para mim fosse algo sem fundamento. E não parecia tão mal assim. Pra falar a verdade, é até ‘bom’ saber que alguém que você ama tanto sente ciúmes de você. Mas, A Taylor? Tipo... ela nunca fez nada, muito menos eu, que pudesse deixar Demi com ciúmes. Pelo menos eu nunca percebi nada. O.o
Aquela tarde, ouvi a voz dela como uma música. E foi aí que eu senti queria que aquele ritmo sempre fizesse parte da minha vida. Voltei para casa, mas estava impaciente demais para ficar lá mais uma noite. Na verdade, ainda não estava totalmente escuro, mas o sol já tinha se despedido –ou não, sempre achei ele muito ignorante. Que seja. Nick e Kevin não pareciam mais existir, o que foi bom, pois não atrasaria meus planos de ir até a casa da Demi. Senti uma ponta de apreensão, mas acreditava que poderia dar certo. Peguei um copo d’água na cozinha... dizem ser calmante. Nunca serviu. Mas, não custa tentar! O que é um copo de água! Nada... na verdade é H2O, mas nunca entendi o fato de misturarem letras e números! Tipo, são universos diferentes, não se faz isso!!! AH MEU DEUS, estou falando sozinho sobre um copo d’água!

Tay: Falou alguma coisa, Joe? – Disse ela entrando na cozinha de repente.
Eu: Sim... na verdade, não. O.o
Tay: Ok, então... – Acho que ela não acreditou. - ...não vi você o dia inteiro.
Eu: Nem eu. Quer dizer... eu me vi. Eu não vi você! O.o – Que estranho ficou essa frase. Precisava reformular. Talvez se...
Tay: Então, acho que o Nick e o Kevin saíram.
Eu: Pois é. Graças a Deus. - ^^ Ela também riu.
Tay: Digo o mesmo... de certa forma. É estranho ter uma casa inteira pra mim... que na verdade, nem é minha. – Ela disse caminhando, olhando um pouco para os lados. – Mas, agora que você chegou até ficou mais divertido!
Eu: Que bom, mas já vou sair.
Tay: Ow... sério?
Eu: Sim. Preciso ir falar com a Demi. Consertar alguns mal entendidos.
Tay: Então, vocês brigaram...? – Ela estava sentada no balcão de mármore, logo à minha frente.
Eu: Não exatamente... mas digamos que quase. Ela não gosta muito do fato de você e eu sermos amigos desde criança. – Ri um pouco e ela também. Imaginei que seria bom ela saber. – Espero que você entenda.
Tay: Claro... e... faria sentido se eu desse razão à ela? – Ela caminhava em minha direção e parou bem a minha frente. Eu tentei assimilar a pergunta... na verdade ela fez um jogo de palavras que me deixaram confuso e quando interrompi meus pensamentos a vi perto... bem perto de mim.
Eu: Como assim??
Tay: Ah... talvez ela esteja certa em ter ciúmes. – Taylor quase sussurrou as palavras deslizando o dedo suavemente em meu corpo e, como se tudo tivesse acontecido em apenas 1 milésimo de segundo, os lábios dela estavam encostados nos meus, e, quase ao mesmo tempo vi um olhar cortante e profundo em minha direção. Demi. Eu não fechei os olhos como Taylor fez, nem sequer senti nada. Mas, no centésimo seguinte os olhos de Demi estavam inundados, os meus confusos, e os da Tay... vitoriosos. Droga!!
Eu: Demi!!! – Afastei a Tay da minha frente, tirando as mãos dela dos meus braços. Miley apareceu no mesmo instante.
Miley: Joe?? – Como isso aconteceu??? Esse foi o instante em que vi a ‘garota certa’ sair. Aquela que eu tanto pedi que confiasse em mim.
Eu: Espera... – Ela não esperou. Sequer me ouviu. Olhei para Taylor vendo que nenhuma culpa estava em seu rosto. Ela parecia quase querer sorrir. - Você é uma idiota, sabia??!!! – Não fiquei para ver o que ela dizia. Miley já havia saído logo atrás da Demi e eu a segui.
Miley: O que você acha? Taylor estava lá! – Foi o que a ouvi dizer para Sel sem olhar para trás, tentando alcançar Demi. Sel logo deve ter entendido.
Eu: Eu não fiz nada, Demi! Você acredita em mim não acredita? – Tentei falar mais alto e quase supliquei a ultima frase, mas não tinha como explicar algo naquele momento. Sel colocou-se rapidamente na minha frente, impedindo-me de continuar.
Sel: Você fica aqui!
Eu: Eu preciso ir lá... – Tentei tirá-la do meu caminho.
Sel: Escuta! – Falou firme e com o dedo quase na minha cara. – O que quer que tenha acontecido, se você quiser resolver um dia é melhor dar tempo pra ela.
Eu: Mas...
Nick: Joe, Sel está certa... acha mesmo que ela vai ouvir você agora? – Fiquei atordoado... não queria concordar com eles, mas pode ser que estivessem certos. Meus olhos estavam úmidos ao vê-la sair, como que fugindo, o vento passando por entre meus dedos sem que eu consiga retê-lo. Andei de um lado a outro, não que aquilo me acalmasse.

Não conseguia entender o que havia levado Taylor a fazer aquilo. Talvez eu tivesse imaginado o que ela faria alguns segundos antes, mas não acreditei que seria capaz. Agora eu não suportava a ideia de que ela ainda estava na mesma casa que eu. Não fechei os olhos a noite inteira. Até tentei descansar a cabeça, mas quando me dava conta estava com os olhos grudados no teto escuro do quarto.
Na manhã seguinte, caminhei até lá o mais rápido que pude. Não avisei que iria. Era cedo, e quando cheguei em frente a vi parada de braços cruzados na janela do quarto. Ao me ver ela saiu. Tive a ilusão de que tinha um sorriso no rosto dela antes de sair e que logo viria falar comigo. Mas não aconteceu. A cortina foi fechada. E analisando friamente ela nem chegou perto de sorrir ou algo parecido. Toquei a campainha, mas ninguém atendeu. Fiquei longos minutos insistindo e só o que consegui foi ouvi-la mandar que eu fosse embora dali. Dei um soco na parede sem acreditar que tinha deixado isso acontecer e ainda sem saber o que dizer para que ela acreditasse em mim.
Voltei para casa frustrado, e passei o restante do dia trancado no quarto. Eu estava aqui, mas meu coração e tudo o que realmente fazia sentido para viver parecia ter ficado com ela. Mal comi. Não por drama, mas por falta de vontade. De raiva de mim mesmo... da Taylor... disso.
Não havia outra forma, e no dia seguinte tentei mais uma vez.

Tay S: Joe!! – A vi se apressar quando passei pela sala. – Queria pedir desculpas se te causei problemas ontem... não er... – Não sei o que mais ela disse, já que bati a porta atrás de mim e saí. Na casa dela, chamei, bati na porta, esperei... mas ela não apareceu. Só o Taylor que saiu.
Taylor: Hey, Joe! Nunca imaginei que eu teria um cara quase jogando pedrinhas na minha janela.
Eu: Não joguei pedrinhas... O.o
Taylor: O.o Ok, foi só modo de dizer. Boa sorte... sinto não poder fazer nada.
Eu: Que nada. – Retribui o toque de mão que ele fez comigo. – Isso é comigo. E eu só desisto depois que fizer algo a respeito.

Ele concordou comigo, mas logo seguiu o próprio caminho. Mas, eu? Só sairia dali por 3 motivos:
1.      Demi me desculpar por eu ter sido idiota em não acreditar nela e por permitir que isso acontecesse.
2.      Se ela dissesse que nunca me perdoaria. Nunca.
3.      Se Deus me tirasse daqui. Não sou do tipo que tenta ‘discutir’ com Ele...
De qualquer forma, 2 das 3 opções dependiam dela agora.
Não adiantaria eu dizer que nada mais tinha acontecido comigo e Taylor. Se eu visse o que Demi viu tenho certeza que me perguntaria quantas vezes mais poderia já ter acontecido. Então, no fundo eu não sabia o que dizer.

Demi: EU JÁ FALEI PARA VOCÊ SAIR DAQUI!! – Ela gritou da janela, me assustando um pouco.
Eu: SÓ SAIO QUANDO VIR AQUI OUVIR O QUE TENHO PRA FALAR! – Gritei de volta. – Não desisto tão fácil assim de você. – Falei baixo e sei que, ela não ouviu, mas sabia disso. Em seguida fechou novamente a janela e desapareceu.

Eu não sabia o que estava acontecendo lá dentro. Também não ficava tentando imaginar. Tentei decidir o que dizer, porque... apesar da minha ultima resposta, eu ainda não tinha decidido. Nada parecia suficiente e talvez quando ela aparecesse eu ficasse sem qualquer ação. Imóvel e sem palavras.
As horas passaram. Talvez o sol estivesse me fazendo delirar... embora eu estivesse na sombra. O.o Estava sentado, encostado numa árvore no grande espaço gramado à frente da casa quando vi alguém parecido com o pai dela vir em minha direção. Era o tipo de pai fisicamente perfeito! Tenho que concordar. Ele parecia esses pais de filme, estilo Nicholas Sparks de cabelo escuro, cerca de 40 anos. Quando tiver uma filha de 17 anos quero ser igual a ele! Tá, parey. Eu sabia que ele nunca iria gostar de mim, e poderia me matar, estrangular, ou dar um tiro em mim nesse exato momento. E pra falar a verdade, isso foi o que passou pela minha cabeça: “Faça isso direito, quem sabe o CSI em investigar? Seria mais emocionante!” Ok, ok. Afastei o pensamento ao descobrir que não era miragem. Levantei rapidamente do chão e ele parou quase de frente para mim. Engoli seco. Ele me encarou por uns instantes e em seguida sentou próximo de onde eu estava antes. Pareceu bem mais casual do que nunca é. Permaneci em pé. Ele podia me matar se eu sentasse. O.o

Sr. Lovato: Você sabe que não vim te fazer companhia. – Eu assenti completamente tenso. – Mas eu sei o que aconteceu. – Desviei o olhar. – Agradeça à Miley por eu saber... ou não. O que importa é que eu não entendo o que você faz na minha casa por tantas horas. Quando pretende ir para casa?
Eu: Isso não depende de mim mais.
Sr. Lovato: Não? – Encarou-me intrigado. – Foi você que criou todo esse ‘filme clichê’ não foi? – Hesitei.
Eu: Tenho certeza que não foi minha intenção. Mas, sim, aconteceu porque eu permiti. Não de forma tão consciente. Posso jurar por mim mesmo que nunca acreditei que isso aconteceria, uma coisa tão boba que acontece em filmes bobos na TV.
Sr. Lovato: E porque não deixa tudo isso de lado? Deixa ela em paz, garoto. – Mesmo que ele falasse com certo descaso era como se me dirigisse duras palavras. Sabe, desde o começo eu sabia que você ía fazer isso. Não culpo você. Todo adolescente no bairro te conhece e é seu amigo, todo pai diz que quer ter um filho como você. É normal você ficar um tempo com garotas e depois deixa-las de lado. – Eu não sabia do que ele dizia bem... nunca fui desse tipo. Era o típico estilo do Lucas Till ou do David que ele descrevia. E eu sabia que eram bem diferentes de mim. - Eu nunca quis ter um filho como você, porque eu já tinha a minha Demi. E eu quis protege-la de você. Ela não deixou. Mas, sabe o que ela disse ontem enquanto chorava? – Neguei. – Ela disse que eu estava certo no início sobre você. Que devia ter me ouvido. – Admito que senti a respiração presa. Não queria que ela pensasse isso. Não queria que ela estivesse chorando. E ainda, não queria que ela parasse de chorar e me esquecesse. – Eu estava certo. E agora ela não quer você aqui, entende? – Não tinha o que discordar da afirmação. Parei um instante reconhecendo a verdade. Eu destruí um sorriso tão sincero e perfeito? Se não foi pra sempre, foi por um dia no mínimo. Não o encarei mais. Tive medo de levantar os olhos perdidos do chão.
Eu: Entendi sim. – Ficamos em silencio por alguns segundos. Talvez não houvesse mais o que dizer. Respirei fundo e senti os olhos embaçarem. Tentei disfarçar. Acabei perdendo na lembrança da voz doce dela e do sorriso às vezes exagerado, mas tão verdadeiro. – Sabe quando nós somos crianças? Às vezes nos machucamos. Acontece, por mais que tenhamos cuidado, como pai ou como a própria criança. Lembro que tinha que usar um remédio que doía mais que o próprio machucado, e eu odiava. – Sorri um pouco ao lembrar. – Eu não queria o remédio, ou seja lá o que fosse aquilo. Mas era necessário, era importante. Acho que eu magoei a Demi. Não por que eu quis. Eu nunca quis fazer isso. Sempre evitei qualquer coisa que a deixasse triste, e fiz o que precisasse pra ver o sorriso lindo que ela tem. Mas dessa vez eu falhei. Eu não sei bem a partir de qual momento eu comecei a errar. Eu repito que nunca quis machucar sua filha, e que deve estar me odiando ainda mais agora, porque eu sei que ainda consegue amá-la mais do que eu de alguma forma. Mas, ainda assim, agora eu vou ficar aqui pra cuidar do ‘machucado’ que eu abri. Mesmo que ela não queira. Eu preciso resolver isso. E se ela não me quiser mais nem como amigo, eu só preciso ter certeza de ela vai ficar bem. – Falei com determinação, mas ainda sem encará-lo tanto. Eu não sei a expressão que ele fez e fiquei com medo de descobrir. Mas, um silencio se seguiu. Longo silencio.
Sr. Lovato: Ela não quer te ver, sinto dizer, garoto. – Passou por mim, batendo a mão de leve no meu ombro e entrando na casa.
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Capítulo 92 - "Meu Deus Do Rock" (P.D.V. Demi Lovato)

Demi: Ei! Não fala assim com o MEU NAMORADO!! – Fiquei indignada com a garota do meu lado! Ela estava babando à distância no MEU Joe!! Tudo bem que ele estava arrasando lá em cima, perfeitamente lindo *-*. Mas só eu posso dizer isso, e não um bando de pirralhinhas safadas. ¬¬’ Miley estava tão concentrada que nem ouvia o que elas falavam do Nick. Deixei de prestar atenção nas atrocidades que elas diziam quando o chamaram de ‘gostoso’. – Querida, você nunca experimentou pra saber, então fica quieta. – Respondi legal, não?! Comemorei internamente a derrota dela.

Na segunda música, tentei ficar na minha. Foi quando ele disse rindo no microfone...

Joe: Pra você, Demi...

Em seguida a letra falava sobre “...porque eu estou fervendo por você, baby.” Claro, logicamente, eu escondi o rosto. Ele sabia que eu ia ficar com vergonha!! Quer saber? Danem-se, era pra mim, bitches.
O mundo ali deveria ser meu e dele. Eu ainda conseguia ver Nick e Miley ao fundo... mas eu e Joe estávamos no meio, entende? Foi perfeito... ele conseguia dividir a atenção ao meio: metade apenas para mim e metade... para as centenas de pessoas ali. Bem justo. E era hipnotizante quando ele cantava olhando para mim por tanto tempo. Uma sintonia, algo mágico e divertido ao mesmo tempo.
Na terceira música Joe saiu e me tomou em seus braços e eu comemorei junto.

Aaron: Cara, tu devia lançar um CD, bro! Mandou bem. – O ‘drogado’ falou fazendo um toque de mão com Joe e em seguida saiu. Ele dizia que não usava drogas... mas eu sempre tive minhas suspeitas.
Joe: E então? Se divertiu?
Demi: Sou a fan mais sortuda agora. – Ele riu comigo.
Joe: E eu o cantor mais desiludido. – Fiz uma expressão de que não entendi. – Qual é, dediquei a música pra garota mais linda do mundo e ela nem subiu no palco pra me dar sequer um beijinho rápido de agradecimento. – Ele disse fingindo estar destruído emocionalmente.
Demi: Nossa, como ela é má!
Joe: Muito!!
Demi: Mas você não sabe o que ela é capaz de fazer... – Foi a vez dele de mostrar que não entendia tão plenamente. Imitei um pouco seu tom no inicio da frase. – Ah, qual é!! O que está pensando? É claro que ela também cantaria pra você! – Ele revirou os olhos e eu ri.
Joe: Duvido!
Demi: Você verá. – Desafiei encarando seu olhar brilhante e corri para próximo do palco. Senti que ele me seguia.
Joe: Aonde você vai??? Demi!
Demi: Olá, sou a próxima.
Cara de boné: Você não tem cara de alguém que se chama David!
Demi: How... devem ter errado meu nome, é tudo com “D” mesmo... sabe como é complicado escrever... De-mi... é difícil.
Cara de boné: tá, tá... vai lá.
Joe: Você falou sério?
Demi: Nunca subestime uma garota... baby. – Provoquei com a palavra que eles tanto usavam ao cantar “Burning Up”. Nick já havia saído do palco e agora era um outro garoto que se apresentava. Enquanto ainda terminava a frase vi o tal do David chegar atrás. Era também um ex-aluno que tinha uma banda e tocava bateria. Apenas. Ele perguntava algo sobre seu momento de entrar então eu me apressei antes que entendesse. Sussurrei o nome da baladinha que tocava na minha mente a semana inteira. Uma pessoa passou próximo de mim no início da semana ouvindo essa música. Não se usam mais fones como antigamente. Daí, a música não saiu da minha cabeça. Até que era boa... não fosse o carinha reclamando que não tinham ensaiado essa música. – Toca logo isso, ok? ¬¬

Ouvi as primeiras notas agitadas e dancei sozinha como se não estivesse fazendo isso em cima de um palco! Comecei a letra que conhecia e cantei olhando para Joe... me diverti como se estivesse falando diretamente com ele, que estava meio paralisado na lateral do palco, o que me fez querer rir.
Apenas no refrão que ele subitamente tomou um microfone de alguém e entrou no palco novamente, o que me surpreendeu.

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ADDITIONAL CASH



You're My Only Shorty (Você é minha única garota)
Last night was crazy (A noite passada foi louca)
And today it's headin' in
(E hoje está indo pelo mesmo caminho)
Did you really mean it
Você falou com sinceridade?)
And could you say it again?
(E você pode dizer outra vez?)
Oh, oh, even if you just say it over the phone
(Mesmo se você apenas disser pelo telefone?)
(Come on, ring ring ring ring)
(Vamos lá, toque, toque, toque)

Love makes me crazy
(O amor me deixa louca)
Restless, dumb, and paranoid (Uh yeah)
(Inquieta, muda e papranóica)
But I'll take a chance on us
(Mas euvou dar uma chance a nós)
And hope you don't destroy my heart.
(E espero que você não destrua meu curacao)
Just give me one guarantee
(Apenas me dê uma garantia)
I'm the only girl you see
(Que eu sou a única garota que você vê.)
Whatcha say, boy? (O que você diz, garoto?)

You're my only shorty
(Você é minha única garota)
You're my only shorty
(Você é minha única garota)
I'm tellin' you the truth
(Eu estou falando a verdade)
Girl, it's only you (
Garota, é só você)
You're my only
(Você é minha única)
You're my only
(Você é minha única)
(Am I your only shorty?)
You're my only one and only (Eu sou sua única garota? Você é minha única.

You're my only shorty (Você é minha única garota)
Am I your only shorty?
(Eu sou sua única garota?)
You're my only shorty
(Você é minha única garota)
Am I your only shorty?
(Eu sou sua única garota?)
I'm tellin' you the truth
(Eu estou falando a verdade)
Girl, it's only you
(Garota, é só você)
You're my only
(Você é minha única)
You're my only
(Você é minha única)
(Am I your only shorty?) You're my only one and only
(Eu sou sua única garota? Você é minha única.

Every day and night
(Todo dia e noite)
You've got an open invitation
(Você tem um convite aberto)
As long as I'm your one and only destination
(Contanto que eu seja o seu primeiro e único destino)
Fly with me
(Voe comigo)
I'll be your fantasy
(Eu serei sua fantasia)

You're in demand
(Você está na demanda)
But baby, baby so am I
(Mas, baby, baby eu também.)
But if you're weak and try to sneak
(Mas se você está fraco e tentar fugir)
I'll have to tell you bye-bye
(Eu terei que dizer “Adeus”)
Imma put you on the spot
(Eu te colocarei no holofote)
Am I your only girl tonight?
(Eu sou sua única garota esta noite?)
What ya say, boy? (O que você diz, garoto?)


You're my only shorty
(Você é minha única garota)
You're my only shorty
(Você é minha única garota)
I'm tellin' you the truth
(Eu estou falando a verdade)
Girl, it's only you (
Garota, é só você)
You're my only
(Você é minha única)
You're my only
(Você é minha única)
(Am I your only shorty?) You're my only one and only
(Eu sou sua única garota?
Você é minha única.

You're my only shorty
(Você é minha única garota)
Am I your only shorty?
(Eu sou sua única garota?)
You're my only shorty (Você é minha única garota)
Am I your only shorty?
(Eu sou sua única garota?)
I'm tellin' you the truth
(Eu estou falando a verdade)
Girl, it's only you
(Garota, é só você)
You're my only
(Você é minha única)
You're my only
(Você é minha única)
(Am I your only shorty?)
You're my only one and only (Eu sou sua única garota? Você é minha única.

Please, make it
(Por favor, faça certo)
Please, give me all your retention
(Por favor, me dê toda sua atenção)
Don't let my heart go seek in no other direction
(Não deixe meu curacao ir buscar em outra direção)
I gotta be the only one for your affection
( Eu tenho que ser a única a receber sua afeição)
Oh yeah, baby girl
(Oh yeah, menina)
Did I mention?
(Eu já disse?)

You're my only shorty
(VOcê é minha única garota.)
Am I your only shorty?
(Eu sou sua única garota?)
You're my only shorty
(Você é minha única garota)
Baby, come clean!
(Baby, seja claro!)
I'm tellin' you the truth
(Eu estou dizendo a verdade)
Girl, it's only you
(Garota, é só você)
You're my only
(Você é minha única)
You're my only
(Você é minha única)
(Am I your only shorty?) You're my only one and only
(Eu sou sua unica garota?
Você é minha única garota.)

You're my only shorty (Você é minha única garota)
Am I your only shorty?
(Eu sou sua única garota?)
You're my only shorty (Você é minha única garota)
Am I your only shorty?
(Eu sou sua única garota?)
I'm tellin' you the truth
(Eu estou falando a verdade)
Girl, it's only you
(Garota, é só você)
You're my only
(Você é minha única)
You're my only
(Você é minha única)
(Am I your only shorty?)
You're my only one and only (Eu sou sua única garota? Você é minha única.

Am I your only? (Eu sou sua única?)
Am I your only?
(Eu sou sua unica?)
Tell me, am I your only shorty? (Yes, you are) (Diga-me, eu sou sua única garota? Sim, você é.)
Why won't you say that (Yes, you are)
(Porque você não diz isso?
Sim, você é.)
I am your only shorty? 
(EU sou sua única garota?)

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Foi divertido em cada segundo de música. Fizemos isso como se estivéssemos apenas nós dois em uma bolha, sem uma multidão acompanhando a música conosco! Joe me puxou pela cintura no fim da música e me deu um beijo na testa sussurrando descontraidamente algo como ‘não deveria subir aqui de vestido’. Agradeci a quem aplaudia e antes de descer do palco tive a impressão de ver um rosto não tão bem-vindo.

< ... >

Taylor e Selena chegaram enquanto Nick e Joe ainda estavam no palco, mas não ficaram próximos de nós. Nick e Miley agora pareciam estar se divertindo. Joe e eu passamos o restante da festa juntos, com exceção do momento em que pedi algo para beber e ele quis ir buscar. Foi proposital, admito. Minha impressão estava certa. Vi a Taylor perdida lá. Contei de 1 à 10 mentalmente, tentando entender o que ela, que nada tinha a ver com a escola, fazia naquela festa. Quando Joe saiu me aproximei dela, como quem não quer nada.

Demi: Taylor?
Tay: Ah, você... Demi. Pode chamar só ‘Tay’.
Demi: Taylor? – Repliquei. - Que surpresa você aqui.
Tay: Pois é. Nem eu sabia que viria.
Demi: How, sério? E porque veio? – Acreditem, eu estava me esforçando para ser simpática.
Tay: Conheci um garoto colega do Joe... o Daniel... não, David! Isso! E ele me convidou.
Demi: Hm... E onde ele está mesmo?
Tay: Não faço a mínima! Como deixa Joe ir sozinho no meio de tantas garotas assim? – Ela apontou na direção que Joe estava. Ok, onde ELE estava ela sabia!! Olhei na direção e vi algumas garotinhas olhando para ele, enquanto pedia algo ao cara do bar... certeza qualquer coisa sem álcool, era festa de escola.
Demi: Eu não preciso ficar vigiando ele, sabe... – Falei nada amigável.
Lucas: Oi, Taylor! – Ele chegou de repente e parecia um tanto sem jeito... encarei-o por uns segundos enforcando-o mentalmente por interromper minha pequena oportunidade. Apenas virei e saí sem acreditar. Quando Joe chegou eu já estava no mesmo lugar outra vez. Controlei meus pensamentos para que ele não percebesse que a presença dela me incomodava.

< ... >

Lembro a primeira vez em que vi a Descolorida na minha vida. O dia estava belo como qualquer outro. A My já tinha me falado de uma garota estranha na casa dos Jonas, mas não levei à serio. Pelo menos até ir lá numa tarde.

Eu: Achei fofo você ficar doente por que sentiu minha falta.
Joe: Eu não fiquei doente por isso, não sou tão sentimental. – Tentou se explicar então eu fiz um biquinho do gatinho do Shrek. Infalível. – Tá, foi sim, docinho. – Sorri vitoriosa como uma criança feliz enquanto ele fechava a porta atrás de nós. Mas então os olhos dele desviaram-se de mim. – Taylor??
Tay: Ah, olha só quem chega e não bate na porta! – Olhei em direção à sala e vi a garota loira de olhos azuis quase transparentes, magra e alta. Parecia não existir defeito algum nela. Era feita de porcelana. Mas... que tipo de garota usa batom vermelho dentro de casa??? Joe estava vidrado em vê-la. Não se se estava feliz ou chocado, mas ela correu até ele e o abraçou. Forte. Ele retribuiu o abraço e eu não conhecia a garota de porcelana descolorida que pulava nos braços do meu namorado. – Quanto tempo, não?!
Joe: Sim! E como! Acho que você tinha uns 10 anos a ultima vez...
Tay: 12... e você também. – Ela sorriu fitando-o com o olhar... demais para o meu gosto.
Eu: Oi... – Encarei Joe deixando claro o quanto ele tinha me deixado de lado.
Joe: Ah, Demi essa é a Taylor. Uma prima nossa de segundo grau. A gente costumava brincar... ou brigar... O.o não lembro.
Tay: Na verdade, você implicava demais e me fazia raiva. Mas nossos pais sempre diziam que aquilo ía terminar em casamento, você lembra? – Acho que ela ainda tinha essa esperança. – E... uau, não descarto a possibilidade, hein?!
Joe: Era. ¬¬ Frase idiota. – Ele pareceu nem escutar o comentário provocativo dela. Mas eu escutei, muito bem.
Eu: Que interessante... – falei sarcástica e encarei-a até que Joe ‘se ligou’.
Joe: Tay, essa é a Demi, minha namorada. – Ele me abraçou pela cintura.
Tay: Oh... sério? Poxa, quer dizer então que já tem dona? É melhor você cuidar bem. – Ela brincou comigo, mas eu nem sequer sorri. Nick acabava de entrar e fechar a porta.
Joe: Que estranho... porque Nick não falou que você estava aqui?
Nick: O.o... Que estranho... eu nem tinha percebido que ela estava. – Prendi desesperadamente o riso e vi Taylor revirar os olhos. Nick subiu as escadas sem falar mais nada.
Joe: Deu pra ver que meu irmãozinho ainda não se dá bem com você.
Tay: Pois é...  – Ela deu de ombros. A conversa rendeu a tarde inteira. Tarde que deveria ser nossa, minha e de Joe. Ele parecia tão entretido com a conversa que me sentia culpada se dissesse logo que não tinha gostado dela. Talvez ela merecesse uma chance... a primeira impressão poderia mudar.

< ... >

Não tinha jeito. Eu tentei, mas minha primeira impressão estava certa e ela não era o tipo de pessoa que eu queria por perto. Embora Joe não desse motivos para pensar algo dele, eu sabia que ela não tinha boas intenções.
Estávamos eu e My conversando no fim da festa. Eu já estava com as sandálias na mão e nós estávamos sentadas esperando Joe aparecer com o carro.

My: Essa festa foi melhor do que eu lembro ter sido a nossa quando entramos na escola.
Eu: Claro, você tinha cara de nerd, eu de gótica. Não conhecíamos ninguém e nem tínhamos a intenção de conhecer. – Achei graça e ela acompanhou. – Mas essa seria melhor, não fosse a Taylor.
My: Qual o problema?
Eu: Será que só eu vejo como ela dá em cima do Joe??????
My: Ah, acho que não. Quer dizer, pode ser o jeito dela.
Eu: Jura, Miley?
My: Ops... falei besteira?
Eu: Claro.
My: ¬¬. Acho que está se preocupando demais. Lembra o que conversamos? Você não confia nele? – Já tínhamos conversado sobre isso, e nele eu confiava. Só quando a confiança é colocada à prova nunca se sabe como seu coração e mente irão reagir.
Eu: Eu... bom... acho que sim, ah My... – Falei tentando ser sincera comigo mesma e era difícil responder.
My: Demi, você confia ou não no Joe? – Ela disse ficando um pouco apreensiva.
Eu: Não quando Taylor está por perto e eu nem sempre estou. – Falei rápido e preocupada com minha própria resposta.
Joe: Eu queria entender isso, Demi. – Ele estava alguns passos atrás. Não tínhamos percebido sua presença silenciosa e nos viramos repentinamente.
Eu: Oh não, não, não... não é nada com você... – Fui rapidamente em sua direção.
My: Definitivamente, festas não são para nós. – Disse ela batendo com a mão na testa. Em seguida falou cantarolando. – Hora de ir para casa...?
Joe: Já passou dessa hora, My... – Eu estava perto o suficiente do rosto dele para ver que ele não parecia com raiva... mas chateado, talvez decepcionado por me ouvir falar aquilo. Eu tinha as mãos apoiadas nele, mas ele olhou para baixo e sua mão não puxava meu corpo contra o seu como costumava fazer. Perceber isso fez um corte no coração dele, e consequentemente no meu próprio coração... e era isso que Miley disse que aconteceria.
Eu: Amor... esquece o que eu falei, pode ser? – Levantei seu queixo com um dedo, mas ele continuou olhando para baixo.
My: Eu estou de saída! Qualquer coisa é só chamar. – Ela desapareceu em um segundo e estávamos em silencio por um instante.
Joe: Quantas vezes eu te falei que a Taylor não significa nada pra mim? – Ele quase sussurrou.
Eu: Muitas.
Joe: E porque não acredita? Eu já te dei algum motivo para duvidar de mim? Isso cansa, sabia? Não foi só uma vez que você parou de falar comigo por uma noite por causa dela.
Eu: É um pouco difícil quando vejo a forma como ele age quando vê você. – Ri sem graça. - Tem que admitir que não está imune a ela, Joe. Vocês se conhecem há muito mais tempo... e eu lembro como olhou para ela n dia que se reencontraram. – Afastei baixando a cabeça, reconhecendo mais uma coisa que não passou nada despercebida. Entendi que só piorei tudo, pois o vi respirar fundo.
Joe: Vamos embora... – Não falei mais nada e nem ele.

O caminho foi longo e o silencio era quebrado por Nick e Taylor que conversavam no banco detrás enquanto Miley permanecia calada.
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Capítulo 88 - "Quero Acreditar Outra Vez" (P.D.V. Nick Jonas)

“As coisas poderiam ser mais simples, não???” - Falei com as paredes. Eu não havia nascido para ter essa sorte de tudo ao meu redor ser fácil de resolver.
Não consigo evitar que os flashes daquela noite iluminem cada pensamento. Os olhos dela brilhavam, mas seu sorriso estava apagado. Talvez já soubesse que a minha reação seria a pior. E pela primeira vez senti raiva nas palavras dela. Saí de lá sem pensar em nada mais do que me fazer de vitima. Deixei-a sozinha, e lembro-me de andar em ruas desertas até encontrar a casa vazia... condições perfeitas para organizar os acontecimentos.
A única coisa que me vinha à mente era: Ela nunca confiou em mim, ou, ela quebrou a promessa de que faria isso. E principalmente, ela só estava se importando em nos manter juntos... teria conseguido se pensasse no meu bem estar independente dos riscos, assim como penso em relação a ela.
Apesar disso, por mais que eu quisesse sentir raiva pela atitude dela, todos os motivos eram descartados. Eu pensava em todos os momentos perfeitos que me tiravam a lembrança de culpa do passado, o sorriso infantil dela que me fazia corresponder inconscientemente. Mas as sombras daquela noite voltavam. Iam e voltavam, como um ciclo, um ciclo de vida interminável. Quando eu queria trazê-la de volta para mim e simplesmente encarar aquela noite como um papel em branco, meus pés prendiam-se ao chão e eu não conseguia dar um passo. Perdi uma semana, sentindo que estava deixando-nos morrer a cada noite que chegava e cada dia que passava. Sentia-me frio. Não no sentido de que eu não me importava, pelo contrário. Cheguei à conclusão de que devia ser uma forma de ‘defesa’ natural. Dizem que no frio é possível manter algo em perfeitas condições. Um coração frio estaria conservando o amor para o momento que a raiva fosse embora? Para que ela não causasse mal nenhum a ele? Fazia sentido.
Com todos os momentos de contradição eu estava perdendo a cabeça. Meus argumentos eram eu mesmo contra a razão na minha mente. Na semana seguinte a razão não fazia mais sentido e eu sabia que tinha que fazer algo. Tentei telefonar, e por algum motivo ela não atendeu. Lembro de ter dado um soco no travesseiro... deste aquela noite ele nunca mais foi o mesmo. Algo diferente já passava pela minha cabeça... claro!
Estava dividido. Lembrava a forma idiota como eu havia agido, deixando-a sozinha sem dar explicações. Por dias achei que ela estava errada. Mas os telefonemas não atendidos permitiram uma análise de outro ângulo em que eu não fosse a vitima. Sim, ela não teria como adivinhar como a verdade nisso tudo me afetaria. E se me trouxesse más lembranças outra vez? Teria motivos para temer que eu passasse a amá-la apenas por ser a garota que esteve na minha mente por anos, e não por quem ela é agora? Sim, teria. Milhares de pessoas fazem isso. Acham que precisam amar alguém por uma forma de “caridade”. Isso nunca aconteceria conosco, mas, mesmo com o risco ela insistiu em contar naquele instante. Foi o que aconteceu, na verdade. Até ali, a confusão que eu estava por dentro não deixou que eu percebesse isso logo.
Joe chegou a contar que ela passava por dias difíceis, que o pai estava na cidade querendo levá-la embora. Demi chegou a chorar quando tocou no assunto no dia seguinte. Foi o que faltou para que fosse praticamente insuportável minha vontade de correr até lá e quando ela estivesse em meus braços prometer que ninguém a levaria de mim. Mas não podia ir... fiquei assustado com a ideia de ter quebrado aquele coração frágil assim como quebrei a promessa de estar com ela sempre. (Clique para ler Capítulo 69 - É Mais Do Que Isso) Pensando bem, ela sim tinha motivos para não confiar nas minhas promessas. Não dormi algumas noites pensando na possibilidade de ela ir embora, ou imaginando o que ela teve que enfrentar e nem ao menos eu estava lá. Eu precisava dela outra vez.
Uma tarde surpreendi-me ao vê-la parada na calçada. (Clique para ler capítulo 86 – Meu Grande Dilema) Na verdade, Taylor viu. Taylor era o tipo de garota que esnobava outros pela beleza e se desvalorizava com a futilidade mental que tinha. Não que não fosse inteligente, mas que se focava em coisas superficiais e para isso ela tinha um alto QI. Ela falava algo sem sentido que, como todas às vezes, não prestei atenção... até que perdidas entre suas muitas palavras ouvi-a perguntar “quem era a garota misteriosa de olhos azuis e curiosos”. Foi o mais próximo que ela chegou de recitar um poema.
Olhei rapidamente e vi o par de olhos que me prendeu no primeiro segundo em que os conheci. Eram como uma pequena parte oceano profundo. Tentei alcançar, mas a dor em seu rosto me fez parar. Se em algum momento eu a culpei por esconder uma verdade, naquele instante pude ouvir a maior de todas as verdades.

Miley: Bom... acho que você estava certo desde o início. Você não é capaz de cumprir promessas.

Não sei o que a levou a dizer isso, mas era claro para mim. Eu havia quebrado outra promessa importante, e não sabia se desta vez teria perdão. Ainda assim, eu não desistiria de encontrar outra oportunidade para fazê-la sorrir outra vez. Esse seria meu objetivo todos os dias, desde que ela permitisse. Era um momento de tempestade, talvez com ventos fortes, mas logo deveria chegar ao fim... mesmo que com grandes estragos. Eu só precisava saber... um dia, eu poderia abraçá-la da mesma forma que antes? Veria o mesmo sorriso que existia em seu rosto antes de tudo acontecer? Seus olhos brilhariam para mim outra vez, sem que houvessem lágrimas de culpa neles?
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Capítulo 83 - Você É Meu Destino (PDV Selena)

Era estranho. Talvez o primeiro ano em que eu iria a uma festa sem acompanhante. Não por falta de convites. Por falta da pessoa certa. E para falar a verdade, My e Demi estariam lá.
Taylor tentava me telefonar há dias. Mas eu não queria ouvir qualquer resposta por telefone. Estaria além dos limites. Então, por vezes não atendi. Em resultado, não conseguimos conversar nos últimos dois dias. Senti sua falta. Mas tinha que ser assim. Me conformaria com a pior resposta, mas ela devia existir.
Logo que cheguei ao lugar, entrei distraída. Atrasada. Já havia muita gente lá. Olhei por cima, mas não vi de imediato a quem procurava. Onde elas estavam? Pra falar a verdade, eu não agüentava mais a Nicole falando comigo. De relance, vi Lucas de longe e logo escondi o rosto. Mas ele estava ocupado demais com alguém igualmente fútil. E o Taylor? Onde estaria? Teria mesmo vindo? Naquele instante senti a sensação que tive quando ele me abraçou da ultima vez. Era como se nada pudesse me atingir naquele momento. A pergunta surgiu rápido: “Será que ele teria vindo com outra pessoa para o baile?”. Sacudi a cabeça afastando a idéia. Mas algo me surpreendeu. Meus pensamentos o trouxeram para perto?

Taylor: Selena! – Quase deu de encontro comigo. Pareceu surpreso, mas no mesmo instante percebi que eu era a garota que ele procurava.
Eu: Taylor? How... que bom ver você aqui. – Falei com um sorriso relaxado.
Nicole: Taylor! Como você está? Chegou cedo! Ou fomos nós que chegamos tarde? Bom, quem sabe! Quem você tem visto por aí? Espero que estejam todos, é o evento mais importante, não é?!
Eu: Nicole!! – Ela estava me deixando tonta de tanto falar!
Nicole: O que foi? Ah, não vejo a hora de poder dançar e quem sabe ser escolhida como melhor casal da festa... falando em casal, viram Justin por aí? Digo, o Gaston. O outro é menor que eu... sabem como seria estranho! – Ela riu sozinha.
Taylor: Não... ele não chegou ainda...eu acho. O.o
Nicole: How... ok, então. Mas e você, Taylor? Já tem acompanhante, eu acredito... – Ela olhou para ele, dos pés à cabeça... discrição não era seu forte, e nem seu objetivo. Pude maquinar mentalmente o momento em que eu voei no pescoço dela e ela nunca mais conseguiria falar como falava agora. Mas na realidade estava apenas encarando-a. Com raiva? Eu? Muita!
Taylor: Ér... já sim. – Passou a mão na nuca, timidamente. Foi capaz de, em um segundo, fazer Nicole parar de falar e acabar com minhas esperanças de ter sua companhia. Pelo menos esqueci os olhares da Nicole para ele.
Nicole: How... imaginei. Bom... Oh My Gosh! Preciso ir bem ali... – Ela sorriu, olhei na direção que ela vidrava o olhar e vi um dos meninos do time, Robertt. Não dei um passo com ela. Mas percebi que Taylor ainda estava ali.
Eu: Então... espero que esteja se divertindo. Com quem está?
Taylor: Eu ainda não tenho certeza.
Eu: O.o Como assim? Perguntei quem veio com você... você não sabe?
Taylor: Bom, aquilo foi mais para evitar que ela insistisse. – Disse envergonhado e eu achei graça enquanto começávamos a andar para um lugar mais afastando, desviando meu anterior destino ao salão.
Eu: E porque não convidou alguém?
Taylor: Eu até tentei, mas parece que ela tentou me evitar. – Me encarou, e logo percebi sobre o que falávamos.
Eu: Own, Taylor! Não queria que fosse por telefone... poderíamos ter nos falado pessoalmente.
Taylor: É, mas ainda temos tempo.
Eu: Hey, você não precisa fazer isso. Estou bem, é só uma festa! – Fingi naturalidade, mas no fundo eu sabia que não era verdade.
Taylor: Precisamos conversar, Sel...
Eu: Não, não precisamos. Só precisamos de uma decisão. – Minha voz tornou-se firme.
Taylor: Selena... o que estamos fazendo? É você quem tem que me dar uma resposta!
Eu: Eu te dei a chance de fazer isso...
Taylor: Ok. Isso não está certo... – Ele respirou fundo. Então, o que eram aquelas palavras? Um “Não, devemos continuar como estamos”?
Eu: Ow... t-tudo bem... – Senti que um lento impacto que aquilo causou me traria lágrimas aos olhos. - ...é, tem razão. Sinto muito não ter sido quem você queria. – Encolhi os ombros, e virei-me para sair antes que perdesse o controle de uma lágrima que se formava.
Taylor: Não foi isso que eu disse. – Foi o que me fez parar antes de dar o terceiro passo. Voltei a encará-lo... entendi errado? Não interpretei as palavras certas?
Eu: Não? – Eu repreendia mentalmente a mim mesma todo instante por permitir que com uma palavra surgisse mais esperança e com outra deixar que esta morresse.
Taylor: Não... eu só disse que isso não está certo. Eu que deveria te perguntar: É tarde demais para escolher você ficar comigo? – De qualquer forma perdi o controle da lágrima solitária. Apenas ela esteve presente no meu rosto quando sorri de uma forma que nunca havia feito. Ele correspondeu enquanto voluntariamente corri para seus braços, finalmente. Meus pés não encostaram no chão por alguns segundos, e de inicio imaginei que estivesse nas nuvens. Mas isso seria pedir demais, enquanto ele havia me levantado um pouco durante aquele abraço que eu sentia falta. Depois de algum segundos, quando voltei “ao chão” olhei em seus olhos e...nossa, eu não podia deixar de sorrir. Meus braços continuavam ao redor de seu pescoço neste ponto.
Eu: Está tentando me colocar contra a parede? – Brinquei, como se eu ainda tivesse o que pensar naquela resposta.
Taylor: Quem sabe...? ;)
Eu: Nesse caso, eu não tenho saída... – Nós rimos juntos. - ... ainda bem. – Sussurrei antes de senti o sabor viciante de seus lábios. Em toda a nossa história, aquele era apenas nosso segundo beijo. Mas a partir dali, eu soube que teria não só outros momentos daqueles, como também sabia que tinha seu coração. E esse era o mais importante. A melhor certeza.
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